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quinta-feira, 5 de março de 2009

NOVAS TECNOLOGIAS PODEM AUXILIAR NA GESTÃO DOS RESÍDUOS SÓLIDOS



O desafio para a gestão sustentável dos resíduos sólidos está em discussão nesta quarta e quinta-feira (04 e 05), em Curitiba, no Seminário Internacional WasteNet, promovido pelo Senai Paraná
A destinação dos resíduos sólidos é um dos principais problemas do mundo globalizado. É cada vez maior a quantidade de materiais que são jogados nos aterros, com uma vida útil cada vez menor. “É possível mudar a situação e isso se faz através de conhecimento. Nos países em desenvolvimento ainda há um desconhecimento das novas tecnologias que podem auxiliar na gestão dos resíduos. Já os países desenvolvidos possuem um know how mais avançado. É necessário que haja um equilíbrio e cooperação internacional para que as boas práticas sejam compartilhadas e aplicadas em prol de um bem comum.”
A opinião é de Klaus Fischer, professor da Universidade de Stuttgart, na Alemanha, que abriu nesta quarta-feira (04), em Curitiba, os trabalhos do Seminário Internacional WasteNet, promovido pelo Senai Paraná. Fischer coordena o projeto WasteNet, uma rede internacional de cooperação, que reúne pesquisadores de universidades da América Latina, Europa e Ásia para troca de experiências e desenvolvimento de pesquisas em prol do manejo sustentável de resíduos sólidos. A unidade CIC/Cetsam, do Senai Paraná, é a representante do Brasil.
Fischer citou o caso de um aterro sanitário em São Paulo. Na área, de 70 hectares, o tratamento de resíduos possibilita a reutilização do dióxido de carbono e metano. “Além da diminuição do passivo ambiental, há a questão econômica. O gás originado da compostagem tem gerado 10 megawatts de eletricidade por dia”, frisou.
O diretor regional do Senai Paraná, João Barreto Lopes, destacou a preocupação do setor empresarial com o desenvolvimento econômico aliado à preservação ambiental. “O Sistema Fiep tem investido em projetos de desenvolvimento sustentável. Discussões como esta, focadas no tema e que permitem o diálogo com especialistas de diversos países, são de extrema importância para o amadurecimento e o conhecimento de alternativas para a questão do lixo”, afirmou.
Barreto acredita que o primeiro passo para a mudança é a conscientização da sociedade como um todo. “Temos uma legislação ambiental bem completa. Não adianta criar mais leis e mecanismos de fiscalização se não houver um entendimento por parte da sociedade. O mais importante a fazer agora é dar o exemplo”, destacou.
O Seminário WasteNet, que termina nesta quinta-feira (05), acontece no Cietep, na Av. Comendador Franco, 1341, Jardim Botânico, em Curitiba. Outras informações e a programação podem ser conferidas no site www.pr.senai.br.
Resíduos urbanos – Dados da secretaria de Meio Ambiente de Curitiba apontam que entre 1994 e 2004 a geração de resíduos aumentou 19%, passando de 100 para 149 toneladas de lixo por dia. Já o crescimento da população, no mesmo período, foi da ordem de 16,43%. “Isso mostra que a geração de resíduos por habitante cresceu muito na capital. Para dar conta da demanda, a prefeitura teve que implantar uma série de programas que contemplassem o recolhimento, separação e destinação do lixo”, disse a coordenadora técnica de resíduos sólidos da secretaria, Marilza do Carmo Oliveira Dias.
Segundo a coordenadora, um dos destaques da capital é o programa de separação do lixo doméstico, existente desde outubro de 1989. “No início, os números eram tímidos, mas agora contabilizamos 545 toneladas de resíduos para a reciclagem por dia. A cada três dias de coleta de recicláveis economizamos um dia de vida útil do aterro sanitário”, ressaltou.

Central de reciclagem é alternativa à aterro

Não faz sentido enterrar um conjunto de matérias-primas preciosas que podem trazer ganhos sociais, econômicos e ambientais. Além de um desperdício, essa prática provoca o esgotamento dos aterros sanitários, que estão saturados e custam milhões de dólares aos cofres públicos. A opinião é do economista e presidente do Instituto Brasil Ambiente Sabetai Calderoni, que participou nesta quarta-feira (04) do WasteNet. Ele propôs a central de reciclagem como a melhor alternativa para resolver o problema dos aterros sanitários.
Calderoni apresentou o caso de uma central de reciclagem integral no Distrito Federal, que faz desde a triagem, separação, compostagem e reaproveitamento dos gases para geração de energia. “O investimento não é tão elevado e gera lucro de maneira relativamente rápida, uma vez que se elimina o custo do transporte até o aterro e pode-se vender a matéria-prima transformada”, destaca.
Para o economista, a melhor alternativa para a manutenção das centrais de reciclagem seria por meio através da parceria público-privada, através da qual prefeituras e empresários assumiriam a gestão ambiental do município de forma compartilhada. “Os benefícios são para ambos. A prefeitura economiza com transporte, gera empregos e ainda contribui para o equilíbrio ambiental e sanitário. Para os empresários, a vantagem é a receita com a venda de reciclados, a garantia de recebimentos e a adequação ambiental”, explica.

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