Bonecos e música atraem público em frente ao Theatro Municipal, em Antonina
O início da tarde do segundo dia do Festival de Inverno da Universidade Federal do Paraná, em Antonina, foi movimentado pela peça de rua "As Aventuras de uma Viúva Alucinada", quando cerca de 80 pessoas se reuniram em frente ao Theatro Municipal, em torno do lençol que serve como palco do espetáculo de bonecos da Companhia PalavrAção da Universidade Federal do Paraná (UFPR).
A história da atrapalhada viúva foi escrita pelo pernambucano Januário de Oliveira, conhecido por Mestre Ginú, e é teatro de mamulengo, famosa técnica nordestina de manipulação de fantoches e de bonecos de vara.
"Mamulengo quer dizer mãos moles, porque os bonecos não têm as expressões faciais alteradas, então toda a linguagem corporal deles vem da movimentação das mãos dos atores, para mexer os braços e a cabeça", explica Alaor Carvalho, diretor da peça. Além dos personagens, outros importantes elementos desse tipo de peça são o coro, as brincadeiras e a "empanada", cortina que serve para esconder o manipulador de fantoches do público. Os nordestinos se referem ao teatro de bonecos como "brincadeira", e os atores são conhecidos como "brincantes".
Sandra Coelho esteve em uma apresentação de teatro de rua pela primeira vez, em companhia dos sobrinhos Rafael e Fernanda, e diz que gostou da sensação de interação dos atores com o público: "Eles se comunicam direto com a gente, o povo entra na peça e parece que se torna ator também", diz ela. Essa interação com o ambiente apreciada por ela é um desafio que torna o teatro de rua mais interessante para alguns atores como Mariane Assis.
"A voz no teatro de rua tem que ser mais potente que no teatro de sala, tem que competir com o barulho da rua e das pessoas, tem que ter jogo de cintura para lidar com a interferência de pessoas que estão passando na rua", enumera a atriz. Além disso, a produção da peça tem que administrar imprevistos climáticos como a chuva e o vento e a falta de iluminação artificial.
O elenco da peça é composto por nove pessoas que fazem parte do Núcleo de Pesquisa de Teatro de Rua da UFPR, que se encontram três tardes por semana, quando fazem leitura sobre teatro de rua e preparação física. Aloar aponta as principais diferenças entre o teatro de sala e o teatro de rua: "O artista de rua tem que ter muitas habilidades, como malabares, acrobacia, expressão corporal exagerada", tudo isso porque a apresentação é ao ar livre e tem que chamar a atenção de quem está passando por meio da música, do barulho. Ao contrário do teatro de sala, o teatro de rua tem que conquistar o público, já que não é ele quem vai até as salas de teatro, mas o contrário.
Fotos no Flickr da UFPR: www.flickr.com/photos/ufpr
Fonte: Assessoria de Imprensa da UFPR
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