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quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

DESEMPENHO INDUSTRIAL DO PARANÁ É POSITIVO EM DEZEMBRO E 2008 FECHA EM ALTA

Resultado de 2008, no entanto, não deve se repetir em 2009,
devido às condições do campo e crise internacional

A atividade industrial do Paraná surpreendeu em dezembro, registrando alta de 2,38% em relação ao mês anterior, informou nesta terça-feira (10) o Departamento Econômico da Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep). Com o resultado, a indústria paranaense registrou em 2008 um crescimento de 8,82% nas vendas industriais em relação ao ano anterior, tornando 2008 o ano de maior faturamento da série histórica de vendas industriais no Paraná pesquisada pela Fiep, graças aos resultados positivos ocorridos de janeiro a setembro. “Historicamente, a partir de novembro há declínio de negócios, que se estende até o mês de março do ano seguinte”, afirma o coordenador do Departamento Econômico da Fiep, Maurílio Schmitt. O último mês de 2008, entretanto, apresentou aumento sobre a base deprimida de novembro, que, devido às conseqüências da crise financeira internacional, apresentou recuo de 13,26% no faturamento, em movimento similar ao ocorrido em 2001, quando do episódio das torres gêmeas nos EUA.
Os principais responsáveis pelo desempenho de dezembro foram a indústria automobilística, que registrou um expressivo aumento de 59,53% – devido a promoções de vendas e à redução do IPI –, e o gênero de Edição e Impressão, que cresceu 11,12% no mês, graças ao aumento sazonal da venda de material didático. Aliados a eles, um dos três gêneros de maior participação relativa na indústria paranaense, Produtos Alimentícios e Bebidas, oscilou positivamente em 0,19%, garantindo a performance do mês. As exportações também ajudaram na conquista do resultado, crescendo 4,48% em dezembro.
A boa performance da indústria automotiva, de todo modo, está vinculada à venda de estoque das empresas, visto que, na análise de outros indicadores, o setor continua apresentando queda acentuada na atividade industrial: o volume de compras de insumos pelo setor descresceu 59,48% em dezembro na comparação com novembro e as horas trabalhadas na produção diminuíram 46,42% no mesmo período. “Este é um indicativo de que, apesar da crise afetar significativamente o setor automotivo, certas medidas tomadas pelo governo podem abrandar as perdas da indústria”, diz Schmitt.
O desempenho positivo das vendas industriais registrado em 2008 (índice de 236,32), soma-se aos de 2007 (217,12) e 2006 (196,68) entre os melhores de toda a série histórica pesquisada desde 1986, especialmente devido às boas safras agrícolas do Paraná e do crescimento da economia nacional e internacional. Esta performance, no entanto, dificilmente será repetida em 2009, dadas as condições climáticas que devem afetar o agronegócio e a redução do crescimento das economias, provocada pela crise. A previsão do Departamento de Economia Rural do Paraná (Deral), apontam queda na produção da primeira safra do milho (-38%) e de soja (-16%). “A crise ainda não dá sinais de reversão. Esses pontos somados aos clássicos problemas da economia nacional, como gastos públicos crescentes, juros bem superiores aos praticados no mundo e carga tributária e encargos sociais elevados travam a realização de um maior volume de investimentos privados”, afirma Schmitt.
Vendas – Os resultados acumulados no ano colocam o gênero industrial Máquinas e Equipamentos como o que apresentou, pelo segundo ano consecutivo, o maior aumento percentual (+23,54%), posicionando sua participação relativa para 4,27% na indústria de transformação paranaense em 2008. Este aumento se deve principalmente ao crescimento da atividade econômica e à necessidade de as empresas realizarem investimentos para ganhar produtividade e ampliarem sua capacidade produtiva diante do crescimento econômico havido nos últimos dois anos. O segundo gênero em aumento de vendas foi Produtos de Metal (exclusive Máquinas e Equipamentos), que registrou alta de 22,33%. O setor é fornecedor de peças para o setor de Máquinas e Equipamento e de Fabricação e Montagem de Veículos Automotores. Em terceiro lugar aparece Edição e Impressão (+22,31%), impulsionado pelo aumento de demanda por material didático. O setor que registrou maior decréscimo, por sua vez, foi o de Produtos Têxteis, que apresentou queda de 15,87% nas vendas. Em seguida aparecem Móveis e Indústrias Diversas (-13,18%) e Produtos Químicos (-11,25%).
Emprego e salário – O nível de emprego caiu em dezembro de 2008 em relação ao mês anterior. O emprego diretamente ligado à produção foi reduzido em 2,82% na comparação com novembro. O resultado é sazonal, mas foi mais acentuado na comparação com dezembro de 2007, quando a queda foi de 0,14% no emprego na produção. Ainda assim, no acumulado do ano, o nível de pessoal empregado na produção cresceu 5,56% em relação ao ano anterior. A massa salarial líquida apresentou aumento de 15,40% em dezembro, devido especialmente a pagamentos de 13º salário e abonos e distribuição de resultados.

Fonte: FIEP

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